Ônibus e inércia
Raramente uso o carro. Em meus deslocamentos, prefiro os ônibus ou lotações. No trajeto, vou observando a cidade, novas obras, antigas em fase de finalização, serviços públicos mal feitos (ou até mesmo bem feitos), gente que passa; vou me indignando com os muros e paredes emporcalhados pela ação da turma do spray e me regozijando com os primeiros viadutos que amanhecem pichados mas já anoitecem limpos, graças ao uso da tinta anti-vândalos. Às vezes, a conversa entre duas comadres me prende a atenção. E fico fulo da vida em observar a grande quantidade de gente que, de longe, mostra um documento qualquer ao cobrador e fica sem pagar a passagem. Lembro, no entanto, que a grande evasão de receita das empresas está próxima do fim com a implantação do cartão TRI.
No ônibus ou no lotação, o problema dos congestionamentos, do controle da velocidade ou da convivência com os demais veículos é do motorista. Mas, dependendo do motorista ou dos motoristas de outros veículos, ou até mesmo de pedestres, o problema passa a ser meu, também. Dias desses, num ônibus, ao aproximar-se a parada onde tinha que descer, levantei-me do assento e, ao iniciar o movimento de dirigir-me para a porta trazeira, repentinamente houve uma freada brusca e a inércia fez com que eu voltasse de costas para a frente do veículo e batesse violentamente com a região lombar nas barras de ferro que cercam a roleta. Nesses poucos segundos, em vão procurei me agarrar em qualquer coisa para interromper o trajeto, mas faltou o quê. Na hora, cheguei a pensar que havia estourado um rim, hipótese que ficou descartada, depois, com uma ecografia. Como estava de costas, não sei o que levou o motorista a dar aquela violenta freada, mas desconfio, em primeiro lugar, de algum motoqueiro que tenha se atravessado na frente do coletivo. Aliás, eles se atravessam na frente de tudo; em segundo lugar, algum pedestre boca aberta ou daqueles do tipo malandro que atravessam a rua sem se importar com o trânsito; por terceiro, coloco aqueles motoristas com complexo de alfaiate, que vivem costurando tudo e todos. Mas incluo também motorista do ônibus: talvez, pelo excesso de horas de trabalho, tenha se dado ao direito de um cochilo. Resultado é que acabei no Hospital de Pronto Socorro, tal a dor que senti com a batida. Cheguei a ficar sem voz.
Há tempos venho observando, mas agora comprovei na carne: é bem mais difícil o deslocamento para a trazeira do ônibus com ele em movimento do que como ocorria anteriormente, quando a gente descia pela frente. Neste caso, a pessoa caminhava no mesmo sentido do deslocamento do veículo; no caso presente, chega a haver um esforço extra, pois o deslocamento se dá exatamente no sentido inverso, dificultando até mesmo o equilíbrio. Pode até ser mais seguro externamente, já que, descendo pela porta trazeira, a tendência é que a pessoa passe por detrás do coletivo, diminuindo a chance de atropelamento. Mas em termos de conforto e segurança internos, que não é uma boa, não é.
No ônibus ou no lotação, o problema dos congestionamentos, do controle da velocidade ou da convivência com os demais veículos é do motorista. Mas, dependendo do motorista ou dos motoristas de outros veículos, ou até mesmo de pedestres, o problema passa a ser meu, também. Dias desses, num ônibus, ao aproximar-se a parada onde tinha que descer, levantei-me do assento e, ao iniciar o movimento de dirigir-me para a porta trazeira, repentinamente houve uma freada brusca e a inércia fez com que eu voltasse de costas para a frente do veículo e batesse violentamente com a região lombar nas barras de ferro que cercam a roleta. Nesses poucos segundos, em vão procurei me agarrar em qualquer coisa para interromper o trajeto, mas faltou o quê. Na hora, cheguei a pensar que havia estourado um rim, hipótese que ficou descartada, depois, com uma ecografia. Como estava de costas, não sei o que levou o motorista a dar aquela violenta freada, mas desconfio, em primeiro lugar, de algum motoqueiro que tenha se atravessado na frente do coletivo. Aliás, eles se atravessam na frente de tudo; em segundo lugar, algum pedestre boca aberta ou daqueles do tipo malandro que atravessam a rua sem se importar com o trânsito; por terceiro, coloco aqueles motoristas com complexo de alfaiate, que vivem costurando tudo e todos. Mas incluo também motorista do ônibus: talvez, pelo excesso de horas de trabalho, tenha se dado ao direito de um cochilo. Resultado é que acabei no Hospital de Pronto Socorro, tal a dor que senti com a batida. Cheguei a ficar sem voz.
Há tempos venho observando, mas agora comprovei na carne: é bem mais difícil o deslocamento para a trazeira do ônibus com ele em movimento do que como ocorria anteriormente, quando a gente descia pela frente. Neste caso, a pessoa caminhava no mesmo sentido do deslocamento do veículo; no caso presente, chega a haver um esforço extra, pois o deslocamento se dá exatamente no sentido inverso, dificultando até mesmo o equilíbrio. Pode até ser mais seguro externamente, já que, descendo pela porta trazeira, a tendência é que a pessoa passe por detrás do coletivo, diminuindo a chance de atropelamento. Mas em termos de conforto e segurança internos, que não é uma boa, não é.
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