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Mostrando postagens de março, 2012

A oposição que não se ajuda

Artigo de autoria do jornalista e escritor Celito De Grandi A oposição não se ajuda. Quer dizer: a oposição não ajuda o Brasil. É bom lembrar: a existência de um grupo de opositores ao governo – seja qual for o governo - é essencial para o perfeito funcionamento do processo democrático. No Brasil, nos últimos tempos, praticamente não há oposição. Já registrei em comentário anterior: a sensação que se tem é que nenhum político brasileiro está à vontade em posicionar-se contra o governo. Ao contrário: o que parece acontecer é um desejo contido e muitas vezes mal disfarçado de adesão. Ficar longe do poder, distante das benesses que podem resultar da proximidade daqueles que liberam verbas, ou não ter perspectiva de indicar para um cargo o apadrinhado, isso tudo faz muito mal a certos políticos. Assim, deve-se pelo menos entender o sr. Gilberto Kassab. Desejoso de estar próximo de quem comanda neste momento o país, decidiu criar um partido, o PSD. E aqueles que imaginavam ser uma tarefa d...

Senado rejeita indicação de Bernardo Figueiredo para a ANTT

O Plenário do Senado rejeitou há pouco (tarde desta quarta-feira, 7 de março), por 36 votos contra, 31 votos a favor e uma abstenção, a indicação de Bernardo Figueiredo para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).  Indicado pela Presidência da República, Bernardo Figueiredo teve forte oposição do senador Roberto Requião (PMDB-PR), sob o argumento de que enfrenta vários processos, inclusive no Tribunal de Contas da União. Os partidos de oposição acompanharam Requião.  Parece que agora as coisas começam a se complicar para quem não tem um passado muito limpo. E este Bernardo Figueiredo – e não sou eu quem diz, mas é de conhecimento geral – aprontou em suas passagens ora pela ANTT, ora pela ALL, ora por outros oras... Mereceu este chute no traseiro...

TCU respalda restrições a recondução na ANTT

Nota publicada no Valor Econômico em 07/03/12 Por  André Borges e Bruno Peres | De Brasília A recondução de Bernardo Figueiredo para o comando da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), decisão defendida pela presidente Dilma Rousseff, não deve se dar na calmaria planejada pelo governo. A oposição está empenhada em fazer uma série de restrições ao nome de Figueiredo e promete barulho no plenário do Senado, onde Figueiredo deve ser sabatinado nesta semana. As críticas, que até então se resumiam a praticamente um nome - o senador Roberto Requião (PMDB-PR) - ganharam força com uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que vasculhou a situação das concessões de ferrovias do país. A ANTT, que é vinculada ao Ministério dos Transportes, responde pela gestão de todos os contratos de concessão ferroviária em andamento no país. A varredura do TCU relata a "ociosidade elevada das linhas férreas concedidas para o transporte ferroviário de cargas, p...

Carro O-3 novamente em destaque

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O carro ferroviário de administração O-3, que ficou célebre por ter sido adquirido pelo juiz rio-grandino Joel Furtado Lima (na foto de baixo, junto ao limpa-trilhos), acaba de ter sido comprado pela Prefeitura de Santa Maria para integrar o museu ferroviário da cidade. Ele estava em São Gabriel, emprestado a alguém, em lamentável estado de conservação e, felizmente, o prefeito santa-mariense Cézar Schirmer tomou-se de amores pelo carro, desapropriando-o e responsabilizando-se pela sua recuperação. Joel Furtado Lima é, pode-se dizer, um fanático por ferrovia. Só para terem uma ideia, uma vez o superintendente da RFFSA pediu-me que numa viagem a Rio Grande, entregasse ao juiz um livro que ele ganhara sobre ferrovia. E o juiz, em contrapartida, solicitou-me que entregasse ao superintendente, o original em inglês... Pode? Joel Furtado Lima comprou o 0-3 já sucateado. Contratou carpinteiros, eletricistas, estofadores e outros profissionais que deixaram o carro n os trinques, em perfei...

RFFSA - relembrando a normalização contábil

Uma das funções da Rede Ferroviária Federal era servir de instrumento regulador dos preços dos fretes. Quando a rodovia começava a aumentar os seus preços, o governo acionava a Rede que fazia o mesmo transporte por preços bem menores. Isso dava prejuízo à empresa, assim como a manutenção de ramais deficitários, que não rendiam quase carga, e assim como os trens de passageiros, também deficitários. Pois para compensar esses prejuízos, o governo praticava a normalização contábil, repassando à RFFSA, anualmente, via Orçamento, os recursos necessários, cerca de 300 milhões de dólares. Tudo ia bem até que decidiram acabar com a Rede Ferroviária para atender a vários interesses, principalmente dos devedores, que queriam ver seus débitos de bilhões de reais jogados no fogo do inferno. E uma das formas era ir retirando, gradativamente, os recursos da normalização contábil, e quando o dinheiro acabou, a Rede foi considerada deficitária. Então, como o governo iria continuar mantendo uma empresa ...

Saúde dos ferroviários na UTI

O jornalista Hélio Gaspari abordou com muita propriedade, em sua crônica deste domingo (05/03), no Correio do Povo de Porto Alegre (e em vários outros jornais do país) a questão caótica e falimentar do Plano de Saúde dos Ferroviários, criado na década de 80 para atender a um grande contingente de trabalhadores da Rede Ferroviária Federal e seus familiares. Funcionava a contento. Bastou liquidarem com a RFFSA para que abutres tomassem conta do Plansfer metendo a mão com vontade nos seus cofres e levando-o à falência. Mas, por que não meteram a mão nessa gente, também? Todos os responsáveis pela roubalheira deveriam estar atrás das grades (fosse num país oriental já teriam sido convidados a se suicidarem). Hélio Gaspari fez a sua parte, denunciando, mas tenho certeza de que ninguém ficará vermelho de vergonha. Que vergonha!!!