A OUTRORA TODA-PODEROSA RÁDIO FARROUPILHA
Ontem alguém postou aqui no Face uma imagem com embalagens dos chicletes Pong-Pong trazendo-me à lembrança o programa que tinha o seu patrocínio, no final da década de 50, chamado "Clube Ping-Pong", apresentado pela então toda-poderosa (e agora saudosa) Rádio Farroupilha, a PRH-2 – prefixo que os locutores anunciavam com toda a pompa – no seu auditório da rua Siqueira Campos em frente à travessa Leonardo Truda. Pois ainda está de pé o prédio (foto que colhi há pouco) que abrigou programas inesquecíveis, como este a que me refiro, e também Rádio Sequência, Clube do Guri (apresentado por Ari Rego e do qual fui secretário substituindo Elis Regina), o Céu é o Limite, Vai da Valsa, Grande Rodeio Coringa, Programa Maurício Sobrinho, Uma Pulga na Camisola, os capítulos finais das inúmeras rádio-novelas apresentadas pela emissora e por aí vai. Parte das audições contava com o acompanhamento da Grande Orquestra Farroupilha, cujos integrantes conseguiam se acomodar, não sem algum esforço, no pequeno palco. Pelo auditório e pelos estúdios da PRH-2 passaram grandes nomes como Ivan Castro, Paulo Ricardo, Wilson Fragoso, Salimen Júnior, Darcy Fagundes, Luiz Menezes, Rosa Maria, Nelita Aguiar, Walter Broda, Pinguinho, Antônio Diniz, Nelson e Silva, Gerson Luiz, Zaira Acauan, Cláudia Martins, Nina Rosa, Roberto Lis, Ruy Silva, Ernani Behs, Mário de Lima Hornes, Moacir Ribeiro (o poeta que amanheceu "com uma vontade louca de brigar com Deus"), Enio Rockenbach, Hugo Cesarini, Lídia Rossi, Luiz Germon, Euclides Prado e mais uma geração de ótimos profissionais, entre radioatores, comediantes, locutores e músicos. Minha saudosa sogra, Esther Castro, uma das artistas mais completas que conheci, chegou a ser anunciada, em dado momento, como nova contratação da Farroupilha, mas acabou ficando pela Gaúcha, que cobriu a oferta da
emissora de Chateaubriand.
É, sem dúvida, uma história épica. Foram anos de alegria e divertimento proporcionados ao público ouvinte, através das radionovelas, dos programas de auditório, dos programas culturais. Eu mesmo cheguei a fazer "pontas" em novelas. Tinha lá uns 13 ou 14 anos mas fiz alguns papéis de criança apadrinhado por Ari Rego e sob a supervisão de Mário de Lima Hornes, e ajudado ainda por Márcia Rios, excelente locutora; Rosa Maria Gonçalves (a quem atribuíam sempre os papéis de malvada...) Mariza Fernanda e Sônia Dalmare, radioatrizes. Roberto Lis, a quem me referi mais acima, era o nome artístico de Érico Kramer, autor de muitas novelas que marcaram época.
emissora de Chateaubriand.

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