Som alto no Quintão
O som alto produzido por equipamentos instalados nos carros não é uma virtude só do Quintão. Ele está em todos os lugares onde existam pessoas – jovens, principalmente – egoístas e sem educação e isso inclui, obviamente, Porto Alegre. Mas refiro-me ao Quintão por ser um caso recente (esta madrugada), onde o som advindo do carro de um adolescente acabou sendo o pivô de uma tragédia, com o atropelamento de 17 pessoas. Segundo o noticiário, ele ingressou na avenida principal, onde se desenrolava o carnaval (local devidamente demarcado com proibição para o trânsito de carros), e muitos foliões pediram para que baixasse o som, no que não foram atendidos. E daí se iniciou a confusão, que não está ainda bem esclarecida. Mas ficou comprovado que o rapaz acelerou o carro para não ser agredido. Não me cabe julgar, neste momento, toda a situação, pois só com o desenrolar do inquérito policial é que se poderá saber a verdade (dizem até que um acompanhante do motorista deu alguns tiros para cima). O que quero enfatizar é que essa questão do som alto já de há muito extrapolou os limites do aceitável e do razoável. A polícia tem combatido essa prática, indo espontaneamente ao locais onde se reúne a malta ou atendendo a pedidos de pessoas que se consideram prejudicadas. Mas não pode fazer muito mais do que advertir, e na maioria das vezes, basta que a viatura se afaste para que comece tudo de novo. No meu modo de ver, a legislação poderia ir mais longe. O Código de Trânsito deveria não só proibir que se circulasse produzindo sons acima do limite, mas proibindo também as oficinas especializadas de instalar os equipamentos nos carros. Do contrário, o problema vai continuar ad aeternum, a Polícia, sem força, fazendo que proíbe, e os infratores fazendo que obedecem. Tolerância zero, é o que querem as pessoas normais...
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